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23/09/2008

Em busca da identidade esportiva

Pois é, as olimpíadas terminaram e o Brasil, mais uma vez, ficou em uma colocação longe da que os brasileiros gostariam. A nação, que estava com as expectativas afloradas fundamentadas na participação brilhante do Brasil no Pan do Rio 2007, tomou um banho de água fria vindo da China.
Convenhamos, Pan-Americano é uma competição internacional importante, mas longe do nível de uma olimpíada. Nesta última estão presentes os melhores atletas e as melhores marcas do mundo. Vencer no Pan não credencia ninguém a uma final olímpica.
Como fazer para adentrar no time dos países vencedores? Só existe uma maneira: com vontade e trabalho. Mas vontade de quem? De todos. Governantes, órgãos competentes e população em geral.
Se o governo almeja lugar de respeito entre as maiores nações do mundo, precisa mostrar um povo forte. E uma boa colocação no quadro de medalhas olímpicas espelha um país saudável, com fibra e espírito vencedor. E nossos dirigentes parecem dar sinais de que estão entendendo a situação, pois já destina verba necessária para tal finalidade e criou a lei de incentivo ao esporte. Entretanto, precisa exigir planejamento geral (curto, médio e longo prazo) das entidades que comandam o esporte nacional, como o Comitê Olímpico brasileiro e as Confederações esportivas. Também é necessário uma prestação de contas sobre cada passo do trabalho realizado. Precisamos trabalhar de maneira profissional: objetivo, planejamento e só depois resultado. “Se você não sabe para onde está indo, todos os caminhos o levarão a lugar nenhum”.
Mas não adianta só reclamar e achar um único culpado. A população deve assumir a sua parcela de responsabilidade nesse processo. O brasileiro precisa criar uma identidade esportiva para o país. Isso significa praticar esporte, estimular a prática regular e orientada por parte de familiares e amigos, freqüentar e promover modalidades diversas além do futebol, entre outras ações. E uma excelente maneira é o incentivo à prática esportiva de qualidade, das nossas crianças, em ambientes próprios como aulas de educação física, escolinhas e clubes. Sempre com o cuidado de fiscalizar e cobrar o bom nível das aulas/treinos. Não devemos encarar o esporte apenas como lazer ou mero passa-tempo. Mas que bom que é prazeroso! Assim fica mais fácil assimilar questões fundamentais para a formação geral da criança como o desenvolvimento do físico, da saúde e dos valores éticos e morais encontrados no esporte.
O esporte contribui para a formação de todos, dos que vão virar atletas profissionais ou não, por isso é um investimento 100% seguro. E é bom lembrar que, nesse caso, com certeza a qualidade vem da quantidade.